Características gerais
Esta subclasse de Clitellata apresenta algumas modificações bem características, como por exemplo, a perda da segmentação, glândulas salivares secretoras de substâncias anticoagulantes (espécies hematófagas) e a presença de uma ventosa anterior e uma ventosa terminal ventral, ou posterior. Esta é uma especialização do pigídeo e dos últimos segmentos para aderência no hospedeiro, no substrato ou para auxílio ao movimento.
Aproximadamente 500 espécies já foram descritas. São predominantemente, dulcícolas, mas podem ser encontrados em ambientes marinhos e terrestres, com uma ampla distribuição.
Esses animais possuem o corpo achatado dorsoventralmente, têm um número de segmentos fixo, e possuem clitelo, evidente apenas na fase reprodutiva. A organização do corpo é homônoma, e a metameria é disfarçada pelas anelações secundárias. Os Hirudinoidae possuem canais celômicos mais reduzidos, o que permite a presença de um esqueleto hidrostático.
Imagem 7. Stibarobdella macrothela, sanguessuga removida de um tubarão de nariz pontudo (Atlantic sharpnose shark - Rhizoprionodon terraenovae),Carolina do Sul. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.
Locomoção
Os organismos epibentônicos utilizam as ventosas como pontos de apoio para a locomoção, uma vez que não há parapódios nem cerdas para auxiliar na tração do corpo, realizam o mecanismo de “mede-palmos”, em que a ventosa posterior aderida ao substrato, logo em seguida, os músculos circulares se contraem, de maneira que resulte no alongamento do corpo do animal e redução do diâmetro, provocando uma contração dos músculos longitudinais, encurtando seu corpo e puxando a extremidade mais posterior para a frente.
Algumas sanguessugas podem nadar para localizar hospedeiros não-bentônicos, por meio de ondulações dorso-ventrais do corpo.
Alimentaçao
Os predadores se alimentam de pequenos invertebrados. Os comedores de depósito são os poucos organismos (conhecidos também como detritívoros) que se alimentam de restos de animais mortos.
Os simbiontes, em sua maioria, são ectoparasitas que se alimentam de fluidos corpóreos de seus hospedeiros. Muitas sanguessugas não permanecem aderidas ao seu hospedeiro, por isso a maioria utiliza a hirudina, um importante anticoagulante para auxiliar na obtenção do sangue ou da hemolinfa (de acordo com o grupo predado).
Sistema Digestório
O sistema digestório é dividido em três regiões , região anterior (estomodeu), que inclui, boca, mandíbula, cavidade bucal, probóscide, faringe e esôfago. Essa região é revestida por cutícula. Possui também glândulas salivares unicelulares, que secretam hirudina e antibióticos nas sanguessugas hematófagas com mandíbulas (parasitas) e secretam enzimas para auxiliar na penetração da probóscide.
A segunda região é denominada mediana, começa com um estômago ou papo, o qual porta grandes cecos que possuem capacidade de armazenar alimento. A terceira e ultima região é denominada região posterior (proctodeu), e compreende um reto curto e um ânus dorsal perto da junção do corpo com a ventosa posterior.
Excreção e Osmorregulação
A excreção e a osmorregulação são relacionadas com o fluido circulatório. Os nefrídeos estão segmentarmente dispostos (e são derivados dos metanefrídeos), exceto nos anteriores e posteriores. Os nefrostômios, que participam da excreção, são funis ciliados associados aos vasos circulatórios, os órgãos ciliados.
O nefrostômio não conduz o material ao ducto aberto, mas por uma câmara de fundo cego chamada de cápsula nefridial. Esta é conectada a um nefridioduto formado por canais intracelulares que realizam efetivamente a seletividade do material e a formação da urina composta por amônia. O material é levado a uma bexiga e eliminado pelo nefridióporo. Os nefrídeos também servem como osmorreguladores, onde a urina é bem diluída, o que elimina o excesso de água e retêm diversos sais.
Circulação e Trocas Gasosas
O sistema circulatório possui vasos e canais circulatórios estruturais que são movidos por vasos contráteis e pelos movimentos do corpo, em um sistema fechado.
As trocas gasosas realizadas em organismos sem apêndices são por difusão, através da parede do corpo, e podem ser realizadas pelas brânquias apenas em Ozobranchidae.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso central desses animais é composto por poucos neurônios. Inclui um gânglio cerebral ao nível da faringe, conectivos circum-entéricos e o gânglio subentérico. Os gânglios são dispostos em dois cordões nervosos longitudinais que se originam do anel nervoso e se estendem ao longo do corpo.
Orgaos Sensoriais
Alguns Hirudinomorpha possuem órgãos sensoriais epidérmicos. Sanguessugas possuem de 2 a 10 ocelos dorsais e papilas sensoriais, os quais dão sensibilidade ao toque. As espécies hematófagas reagem à luz e são quimiossensíveis à secreções emitidas pelo seu hospedeiro.
Regeneraçao e Reprodução Assexuada
Não possuem regeneração e reprodução assexuada conhecidas.
Reproduçao Sexuada
São animais hermafroditas clitelados, e com órgãos reprodutores complexos. Os espermatozoides são carregados a um gonóporo único. Em Arhynchobdellae, o aparelho copulatório pode formar um pênis eversível, mas em Rhyncobdellae não existe pênis, há a formação de espermatóforos, que penetram na parede do corpo do animal por impregnação hipodérmica. Os espermatozóides emergem da cavidade e se locomovem até o ovário do parceiro. O desenvolvimento é direto, sem estágio larval.
Desde a Antiguidade as sanguessugas são utilizadas pela medicina. No passado, era comum realizar sangrias utilizando esses animais para a retirada do sangue. As sanguessugas também são utilizadas até os dias de hoje para sugar o sangue coagulado de ferimentos, estimular a circulação após pequenas operações e, também, no caso de doenças ou problemas circulatórios.
Fontes: zoologia-ii-ufes-turma-i.webnode.com/products/produto-2/
educacao.uol.com.br/.../anelideos-2-caracteristicas-e-classificacao.htm
Imagem de um exemplo:
Uma sanguessuga nas pedras
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Sanguessuga
Ordem da Classe Hirudinea
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